Profundo Conhecimento

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terça-feira, 29 de junho de 2010

ANNABEL LEE (de Edgar Allan Poe)

Foi há muitos e muitos anos já,
Num reino de ao pé do mar.
Como sabeis todos, vivia lá
Aquela que eu soube amar;
E vivia sem outro pensamento
Que amar-me e eu a adorar.
Eu era criança e ela era criança,
Neste reino ao pé do mar;
Mas o nosso amor era mais que amor --
O meu e o dela a amar;
Um amor que os anjos do céu vieram
a ambos nós invejar.
E foi esta a razão por que, há muitos anos,
Neste reino ao pé do mar,
Um vento saiu duma nuvem, gelando
A linda que eu soube amar;
E o seu parente fidalgo veio
De longe a me a tirar,
Para a fechar num sepulcro
Neste reino ao pé do mar.
E os anjos, menos felizes no céu,
Ainda a nos invejar...
Sim, foi essa a razão (como sabem todos,
Neste reino ao pé do mar)
Que o vento saiu da nuvem de noite
Gelando e matando a que eu soube amar.
Mas o nosso amor era mais que o amor
De muitos mais velhos a amar,
De muitos de mais meditar,
E nem os anjos do céu lá em cima,
Nem demônios debaixo do mar
Poderão separar a minha alma da alma
Da linda que eu soube amar.
Porque os luares tristonhos só me trazem sonhos
Da linda que eu soube amar;
E as estrelas nos ares só me lembram olhares
Da linda que eu soube amar;
E assim 'stou deitado toda a noite ao lado
Do meu anjo, meu anjo, meu sonho e meu fado,
No sepulcro ao pé do mar,
Ao pé do murmúrio do mar.

As sem razões do amor de Carlos Drummond de Andrade

Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no elipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

Destruição de Carlos Drummond de Andrade

Os amantes se amam cruelmente
e com se amarem tanto não se vêem.
Um se beija no outro, refletido.
Dois amantes que são? Dois inimigos.


Amantes são meninos estragados
pelo mimo de amar: e não percebem
quanto se pulverizam no enlaçar-se,
e como o que era mundo volve a nada.


Nada. Ninguém. Amor, puro fantasma
que os passeia de leve, assim a cobra
se imprime na lembrança de seu trilho.


E eles quedam mordidos para sempre.
deixaram de existir, mas o existido
continua a doer eternamente.

FRIEDRICH SCHILLER OS DEUSES DA GRÉCIA

Tradução de Maria do Sameiro Barroso


Quando ainda era o vosso reino o mundo belo,
Pela vossa mão, o homem era conduzido para a alegria,
Em estirpes bem-aventuradas,
Belos seres do mundo das fábulas.
Porque o vosso culto então resplandecia
Era tudo tão diferente, era tudo um outro tempo,
De flores, Vénus Amatúsia, ainda se coroava
o teu templo!
As vestes mágicas da Poesia ainda se inclinavam
Docemente para a verdade,
A criação irradiava o sentido para a vida,
Sentia-se como nunca se houvera sentido.
Para a inscrever no seio do amor,
Deu-se as mais altas asas à natureza,
Em tudo havia marcas sagradas,
Em tudo havia vestígios de um deus.
Onde agora, na nossa forma de ver,
Apenas se move uma bola de fogo sem alma,
Conduzia então o seu carro dourado,
Hélio, na sua majestade calma.
Os cumes dos montes eram habitados por Oréades,
Em cada árvore habitava uma Dríade,
Dos ataúdes de belas Náiades
Saltitavam fios de espuma prateada.
Em cada loureiro, houve, um dia, um pedido de ajuda
A filha de Tântalo escondeu-se atrás de uma pedra,
O lamento da siringe ecoou pelos canaviais,
Um bosque escutou a dor de Filomela.
E cada ribeiro engrossou, com o pranto que Deméter
Por Perséfone, um dia, derramou.
Destas colinas, Cítereia pelo seu belo amigo
Ah, foi em vão que chamou.
Às bodas de Deucalião subiram, um dia, os Imortais,
Para conquistar a bela filha de Pirro,
Tomou em suas mãos, o filho de Latona,
O seu bordão de pastor.
Entre homens, deuses e heróis, teceu Amor
Um belo laço,
Em Amatonte, prestaram culto os mortais,
Ao lado de deuses e heróis.
Gravidade sombria e renúncia triste
Estavam banidas do vosso caloroso culto,
Felizes podiam os corações pulsar,
Porque só os venturosos vos estavam consagrados.
Nada era mais louvado que a beleza,
De nenhuma alegria se devia envergonhar um deus,
Nem do que fazia a casta Camena corar,
Nem do que as Graças tinham para dar.
Ria-se, nos vossos templos, como nos palácios.
Dignos eram os vossos jogos heróicos,
Nas festas do Istmo, recamadas de flores,
Quando os carros trovejavam para a meta,
Entre danças expressivas, que circulavam
Em volta do vosso resplandecente altar.
Das coroas da vitória se adornava o vosso sono,
De grinaldas, o vosso cabelo fragrante.
O Evoé das alegres bramidoras do tirso
E a magnífica parelha puxada por panteras
Anunciava o maior arauto da alegria.
Faunos e sátiros cambaleavam à sua frente.
À sua volta surgiam frenéticas Ménades,
As suas danças louvavam o vinho,
E a face trigueira do estalajadeiro
Convidava a beber divertidamente.
Não havia então qualquer carcaça temível
Para atemorizar o leito dos moribundos.
Um beijo esvoaçava dos lábios, num último alento,
No seu interior, escondia-se um génio.
Até a severa balança do Orco
Assegurava um poeta ao moribundo.
E perante as queixas clamorosas do Trácio,
Comoveram-se as Erínias.
As alegrias encontravam de novo as sombras
Aprazíveis, nos Campos Elísios.
O amor verdadeiro encontrava o seu fiel par,
O condutor do carro, o seu caminho.
O instrumento de Lino entova as canções de sempre.
Nos braços de Alceste afundava-se Admeto,
Orestes reconhecia o seu amigo,
E a sua seta encontrava Filoctetes.
Elevadas honrarias fortaleciam o lutador,
Incitando-o à virtude dos caminhos valorosos.
Grandes feitos, magníficos vencedores
Elevavam-se até aos Imortais.
Diante de todo aquele que desafiava a Morte,
Inclinavam-se os deuses, numa vénia.
Pelas marés alumiava o piloto,
Do Olimpo o par de gémeos.
Mundo belo, que é feito de ti? Regressa,
Abençoada idade florida da natureza!
Só na terra das fadas, das canções,
Vive ainda o teu vestígio fabuloso.
Definhados e tristes, estão agora os campos,
Porque nenhuma divindade se oferece
ao meu olhar.
Desses quadros palpitantes de vida,
Apenas nos resta a sua sombra.
Todas essas flores foram tombadas pelo vento
Frígido do norte.
Para adorar Um entre todos, teve que perecer
Este mundo de deuses.
Triste, procuro-te no arco-íris, a ti, Selene.
Não te encontro mais.
Grito, através das ondas, das florestas,
E só um eco vazio me responde!
Alheios à alegria que ela oferece,
Sem entusiasmo pela sua majestade,
Sem a protecção do espírito que ela encerra,
Sem a consagração da minha espiritualidade,
Insensíveis à sua honra de artista,
Assemelhando-se ao bater das horas mortas,
Dobra-se servilmente à lei da espada,
A natureza endeusada.
Para amanhã de novo ser dispensada,
Para si própria constrói agora o próprio túmulo.
Sobre um fuso sempre igual, para cima e para baixo,
Por si próprios se movimentam os astros.
Ociosos, voltaram para a poesia,
Para a sua casa, os deuses, desnecessários
Ao mundo que, pela sua mão nascido,
No seu próprio peso se sustenta.
Sim, eles regressaram à sua casa e levaram consigo
Tudo o que era grande e belo consigo,
Todas as cores e todos os matizes da vida.
Ficou-nos a palavra empobrecida.
Retirados das vagas do tempo, pairam,
A salvo, nos cumes do Pindo.
O que permanece imortal, no canto,
Tem que perecer, na vida.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Say You'll Be There (tradução) das Spice Girls

Diga-me que eu posso contar com você
Eu vou te dar tudo o que a alegria pode trazer, isso eu prometo
Da última vez que conversamos
Eu decidi que nós seríamos apenas amigos, sim
Mas agora nós estamos andando em círculos
Diga-me, esta repetição vai um dia acabar?
Agora você me diz que está se apaixonando
Bom, eu nunca pensei que seria assim
Desta vez você tem que jogar tudo para longe
Emoção demais pra mim
Mas qualquer tolo pode ver que eles estão apaixonados
Eu tenho que fazer você entender
Eu vou te dar tudo o que a alegria pode trazer, isso eu prometo
E tudo isso eu quero pra você, é uma promessa, eu posso contar com você
Diga-me que eu posso contar com você
Diga-me que eu posso contar com você
Você não cantaria comigo
Se você puder somar dois mais dois
Verá porque nossa amizade é longa
Se você não puder resolver esta equação
Eu acho que vou ter que te mostrar a porta
Lá você não precisa dizer que me ama
Será melhor não falar nisso
Eu vou te dar tudo o que a alegria pode trazer, isso eu prometo
E tudo isso eu quero pra você, é uma promessa, eu posso contar com você
Sim, eu quero você
Qualquer tolo pode ver que eles estão apaixonados
Fazer você entender
Eu vou te dar tudo, isso eu prometo
Apenas prometa que você estará sempre aqui
Eu vou te dar tudo o que a alegria pode trazer, isso eu prometo
E tudo isso eu quero pra você, é uma promessa, eu posso contar com você
Eu vou te dar tudo o que a alegria pode trazer, isso eu prometo
E tudo isso eu quero pra você, é uma promessa, eu posso contar com você
Eu vou te dar tudo o que a alegria pode trazer, isso eu prometo
E tudo isso eu quero pra você, é uma promessa, eu posso contar com você

domingo, 20 de junho de 2010

Não entenda o meu pensamento
Como se não acreditasse
Na vida e no amor humano
Porestar vivo.


No entanto, entenda
Que nem todos tem a crença
De uma boa existência
Ás vezes, o vazio engole o peito.


Tamires Logrado Aguiar 09/02/2010

sábado, 12 de junho de 2010

Extraido do livro Desassossego de Fernado Pessoa

"Eu tenho uma espécie de dever, de dever, de sonhar, de sonhar sempre, pois sendo maisdo que uma expectadora de mim mesma. Eu tenho que ter o melhor espetaculo que posso. E assim me contruo a ouro e seda, em salas supostas,inventopalco, cenário para viver omeu sonho entre luzes brandas e músicas invisíveis."

terça-feira, 8 de junho de 2010

Eros e Psique



Psique era a mais nova de três filhas de um rei de Mileto e era extremamente bela. Sua beleza era tanta que pessoas de várias regiões iam admirá-la, assombrados, rendendo-lhe homenagens que só eram devidas à própria Afrodite. Profundamente ofendida e enciumada, Afrodite enviou seu filho, Eros, para fazê-la apaixonar-se pelo homem mais feio e vil de toda a terra. Porém, ao ver sua beleza, Eros apaixonou-se profundamente. O pai de Psique, suspeitando que, inadvertidamente, havia ofendido os deuses, resolveu consultar o oráculo de Apolo, pois suas outras filhas encontraram maridos e, no entanto, Psique permanecia sozinha. Através desse oráculo, o próprio Eros ordenou ao rei que enviasse sua filha ao topo de uma solitária montanha, onde seria desposada por uma terrível serpente. A jovem aterrorizada foi levada ao pé do monte e abandonada por seu pesarosos parentes e amigos. Conformada com seu destino, Psique foi tomada por um profundo sono, sendo, então, conduzida pela brisa gentil de Zéfiro a um lindo vale. Quando acordou, caminhou por entre as flores, até chegar a um castelo magnífico. Notou que lá deveria ser a morada de um deus, tal a perfeição que podia ver em cada um dos seus detalhes. Tomando coragem, entrou no deslumbrante palácio, onde todos os seus desejos foram satisfeitos por ajudantes invisíveis, dos quais só podia ouvir a voz. Chegando a escuridão, foi conduzida pelos criados a um quarto de dormir. Certa de ali encontraria finalmente o seu terrível esposo, começou a tremer quando sentiu que alguém entrara no quarto. No entanto, uma voz maravilhosa a acalmou. Logo em seguida, sentiu mãos humanas acariciarem seu corpo. A esse amante misterioso, ela se entregou.. Quando acordou, já havia chegado o dia e seu amante havia desaparecido. Porém essa mesma cena se repetiu por diversas noites.Enquanto isso, suas irmãs continuavam a sua procura, mas seu esposo misterioso a alertou para não responder aos seus chamados. Psique sentindo-se solitária em seu castelo-prisão, implorava ao seu amante para deixá-la ver suas irmãs. Finalmente, ele aceitou, mas impôs a condição que, não importando o que suas irmãs dissessem, ela nunca tentaria conhecer sua verdadeira identidade. Quando suas irmãs entraram no castelo e viram aquela abundância de beleza e maravilhas, foram tomadas de inveja. Notando que o esposo de Psique nunca aparecia, perguntaram maliciosamente sobre sua identidade. Embora advertida por seu esposo, Psique viu a dúvida e a curiosidade tomarem conta de seu ser, aguçadas pelos comentários de suas irmãs.Seu esposo alertou-a que suas irmãs estavam tentando fazer com que ela olhasse seu rosto, mas se assim ela fizesse, ela nunca mais o veria novamente. Além disso, ele contou-lhe que ela estava grávida e se ela conseguisse manter o segredo ele seria divino, porém se ela falhasse, ele seria mortal. Ao receber novamente suas irmãs, Psique contou-lhes que estava grávida, e que sua criança seria de origem divina. Suas irmãs ficaram ainda mais enciumadas com sua situação, pois além de todas aquelas riquezas, ela era a esposa de um lindo deus. Assim, trataram de convencer a jovem a olhar a identidade do esposo, pois se ele estava escondendo seu rosto era porque havia algo de errado com ele. Ele realmente deveria ser uma horrível serpente e não um deus maravilhoso. Assustada com o que suas irmãs disseram, escondeu uma faca e uma lâmpada próximo a sua cama, decidida a conhecer a identidade de seu marido, e se ele fosse realmente um monstro terrível, matá-lo. Ela havia esquecido dos avisos de seu amante, de não dar ouvidos a suas irmãs. A noite, quando Eros descansava ao seu lado, Psique tomou coragem e aproximou a lâmpada do rosto de seu marido, esperando ver uma horrenda criatura. Para sua surpresa, o que viu porém deixou-a maravilhada. Um jovem de extrema beleza estava repousando com tamanha quietude e doçura que ela pensou em tirar a própria vida por haver dele duvidado. Enfeitiçada por sua beleza, demorou-se admirando o deus alado. Não percebeu que havia inclinado de tal maneira a lâmpada que uma gota de óleo quente caiu sobre o ombro direito de Eros, acordando-o.Eros olhou-a assustado, e voou pela janela do quarto, dizendo:

- "Tola Psique! É assim que retribuis meu amor? Depois de haver desobedecido as ordens de minha mãe e te tornado minha esposa, tu me julgavas um monstro e estavas disposta a cortar minha cabeça? Vai. Volta para junto de tuas irmãs, cujos conselhos pareces preferir aos meus. Não lhe imponho outro castigo, além de deixar-te para sempre. O amor não pode conviver com a suspeita."

Quando se recompôs, notou que o lindo castelo a sua volta desaparecera, e que se encontrava bem próxima da casa de seus pais. Psique ficou inconsolável. Tentou suicidar-se atirando-se em um rio próximo, mas suas águas a trouxeram gentilmente para sua margem. Foi então alertada por Pan para esquecer o que se passou e procurar novamente ganhar o amor de Eros. Por sua vez, quando suas irmãs souberam do acontecido, fingiram pesar, mas partiram então para o topo da montanha, pensando em conquistar o amor de Eros. Lá chegando, chamaram o vento Zéfiro, para que as sustentasse no ar e as levasse até Eros. Mas, Zéfiro desta vez não as ergueram no céu, e elas caíram no despenhadeiro, morrendo.Psique, resolvida a reconquistar a confiança de Eros, saiu a sua procura por todos os lugares da terra, dia e noite, até que chegou a um templo no alto de uma montanha. Com esperança de lá encontrar o amado, entrou no templo e viu uma grande bagunça de grãos de trigo e cevada, ancinhos e foices espalhados por todo o recinto. Convencida que não devia negligenciar o culto a nenhuma divindade, pôs-se a arrumar aquela desordem, colocando cada coisa em seu lugar. Deméter, para quem aquele templo era destinado, ficou profundamente grata e disse-lhe:
- "Ó Psique, embora não possa livrá-la da ira de Afrodite, posso ensiná-la a fazê-lo com suas próprias forças: vá ao seu templo e renda a ela as homenagens que ela, como deusa, merece."
Afrodite, ao recebê-la em seu templo, não esconde sua raiva. Afinal, por aquela reles mortal seu filho havia desobedecido suas ordens e agora ele se encontrava em um leito, recuperando-se da ferida por ela causada. Como condição para o seu perdão, a deusa impôs uma série de tarefas que deveria realizar, tarefas tão difíceis que poderiam causar sua morte. Primeiramente, deveria, antes do anoitecer, separar uma grande quantidade de grãos misturados de trigo, aveia, cevada, feijões e lentilhas. Psique ficou assustada diante de tanto trabalho, porém uma formiga que estava próxima, ficou comovida com a tristeza da jovem e convocou seu exército a isolar cada uma das qualidades de grão. Como 2ª tarefa, Afrodite ordenou que fosse até as margens de um rio onde ovelhas de lã dourada pastavam e trouxesse um pouco da lã de cada carneiro. Psique estava disposta a cruzar o rio quando ouviu um junco dizer que não atravessasse as águas do rio até que os carneiros se pusessem a descansar sob o sol quente, quando ela poderia aproveitar e cortar sua lã. De outro modo, seria atacada e morta pelos carneiros. Assim feito, Psique esperou até o sol ficar bem alto no horizonte, atravessou o rio e levou a Afrodite uma grande quantidade de lã dourada. Sua 3ª tarefa seria subir ao topo de uma alta montanha e trazer para Afrodite uma jarra cheia com um pouco da água escura que jorrava de seu cume. Dentre os perigos que Psique enfrentou, estava um dragão que guardava a fonte. Ela foi ajudada nessa tarefa por uma grande águia, que voou baixo próximo a fonte e encheu a jarra com a negra água. Irada com o sucesso da jovem, Afrodite planejou uma última, porém fatal, tarefa. Psique deveria descer ao mundo inferior e pedir a Perséfone, que lhe desse um pouco de sua própria beleza, que deveria guardar em uma caixa. Desesperada, subiu ao topo de uma elevada torre e quis atirar-se, para assim poder alcançar o mundo subterrâneo. A torre porém murmurou instruções de como entrar em uma particular caverna para alcançar o reino de Hades. Ensinou-lhe ainda como driblar os diversos perigos da jornada, como passar pelo cão Cérbero e deu-lhe uma moeda para pagar a Caronte pela travessia do rio Estige, advertindo-a:
- "Quando Perséfone lhe der a caixa com sua beleza, toma o cuidado, maior que todas as outras coisas, de não olhar dentro da caixa, pois a beleza dos deuses não cabe a olhos mortais."

Seguindo essas palavras, conseguiu chegar até Perséfone, que estava sentada imponente em seu trono e recebeu dela a caixa com o precioso tesouro. Tomada porém pela curiosidade em seu retorno, abriu a caixa para espiar. Ao invés de beleza havia apenas um sono terrível que dela se apossou. Eros, curado de sua ferida, voou ao socorro de Psique e conseguiu colocar o sono novamente na caixa, salvando-a. Lembrou-lhe novamente que sua curiosidade havia novamente sido sua grande falta, mas que agora podia apresentar-se à Afrodite e cumprir a tarefa. Enquanto isso, Eros foi ao encontro de Zeus e implorou a ele que apaziguasse a ira de Afrodite e ratificasse o seu casamento com Psique. Atendendo seu pedido, o grande deus do Olimpo ordenou que Hermes conduzisse a jovem à assembléia dos deuses e a ela foi oferecida uma taça de ambrosia. Então com toda a cerimônia, Eros casou-se com Psique, e no devido tempo nasceu seu filho, chamado Voluptas (Prazer).

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Lagrimas Escondidas

Procuro deixar minhas lágrimas cairem por meu rosto e me lembrarem que eu aindo sinto algo e quem em meu peito que, muitas vezes, eu escuto pouco por ter medo de ouvir as cicatrizes ainda não saradas das magoas que um dia jogaram contra mim e assim vou meus dias nas paredes de meu quarto vou guardando cada dor, cada lagrima, cada grito de desespero perjorados em meu peito vazio para omundo que sorrio. Não me esqueço nunca que no fundo todos dizem vou bem mais quantos estão a falar a verdade, pois vendo por mim percebo que reproduimos o que foi nos ensinado pelas nossas dores: engane o outro para que ele não te machuque mais. E triste pensar que é difícil confiar de verdade em alguém os mais profundos sentimentos de nosso coração.
Sinto em minhas lágrimas derramdas no chão frio de meu quarto em que sento, eu paro e penso no que devo fazer para não ser abandonada, no sentimento solidão que corta o coração, na escuridão que penetra em cada poro de meu corpo e deixa-me na triste duvida dde não saber se devo ou não lutar. Nisso sinto minhas forças se esvairindo de mim sinto meu corpo se deitar no mesmo chão que recebeu minhas lágrimas paraque eu possa entregar a minha alma ao delicioso vazio do pós-dor, para com isso meu peito possa se endurecer e voltar aos velhos sorrisos enganhoso. Como disse a letra da musica Sorri de Djavan: Sorri quando a dor te torturar/ E a saudade atormentar/ Os teus dias tristonhos vazios/ Sorri quando tudo terminar/ Quando nada mais restar/ Do teu sonho encantador/ Sorri quando o sol perder a luz/E sentires uma cruz/ Nos teus ombros cansados doridos/ Sorri vai mentindo a sua dor/ E ao notar que tu sorris/ Todo mundo irá supor/ Que és feliz/ Smile. No entanto, a diferença entre nos é que as vezes tenho a sensação de que eu não tenho sonhos e por isso corro pelo caminho que mais me parece capaz de dizer que sonhoeu devo ter. Muitas vezes tenho medo de simplimente de chegar umdia e ver que eu chorei, me debate e lutei para tentar viver, porém ao ver o que minha vida se tornou não é algo que se tenha para se orgulhar. Quero amar, me entregar, contudo, não superei os fantasmas de meu passado e muitas vezes não posso vê-los, então, como irei amar e me entregar se meu choro interno não aceita que eu vá fazer isso?